Utentes acusam anterior governo de ofensiva ao SNS 360

28 de Dezembro de 2015

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos acusou o anterior Governo de ter feito uma ofensiva contra o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pediu ao ministro da Saúde que disponibilize todos os meios necessários ao funcionamento do SNS.

Em comunicado, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) apontou que os últimos quatro anos foram de «sucessivos cortes violentos no financiamento e investimento em meios humanos e materiais», o que provocou uma ausência de «respostas adequadas em todos os níveis da prestação de cuidados médicos à população, bem visíveis no adiamento de consultas, listas de espera para cirurgias e ruturas nos serviços de urgência».

«A ofensiva contra o SNS conduzida pelo anterior governo resultou claramente das orientações políticas de cariz neoliberal que nortearam toda a ação governativa e visaram, no fundamental, desfragmentar e destruir um serviço público de primeira necessidade para as populações, com o fim último de o entregar ao setor privado e aos grandes grupos económicos a operar nesta área», acusou o movimento, citado pela “Lusa”.

Nesse sentido, o MUSP defendeu que é «urgente reverter todas estas gravosas e criminosas medidas», além de continuar o caminho do melhoramento, tanto no que diz respeito aos direitos e interesses de todos os profissionais, bem como na forma de tratamento dos utentes, para que estes voltem a ter acesso a um serviço de qualidade, «essencial à população portuguesa».

«Ao novo ministro da Saúde, que parece possuir uma sensibilidade diferente quanto aos desígnios desta importantíssima área da governação, o MUSP apela para que ouse disponibilizar todos os meios necessários ao bom funcionamento do SNS, nomeadamente na sua adequada orçamentação que, com o decorrer dos últimos anos, tem sido sistematicamente esquecida e desadequada», lê-se no comunicado.

De acordo com o movimento de utentes, a população portuguesa tem enfrentado «graves problemas na área da saúde, principalmente no acesso a cuidados médicos nas urgências», apontando que se têm vindo a repetir os episódios de mortes de utentes.

«Esta situação resulta da política criminosa levada a cabo pelo anterior governo e seu Ministério da Saúde, que, através de cortes inadmissíveis no SNS em meios humanos e materiais, lhe retirou muita da sua capacidade de resposta», refere, acusando o anterior executivo de indiferença perante as «constantes chamadas de atenção» do MUSP.

O movimento de utentes disse ainda que não só há utentes que morrem, como há também outros que ficam com sequelas para toda a vida, «nomeadamente nos casos de falta de tratamento dos aneurismas cerebrais», referindo-se assim ao caso do jovem David Duarte, de 29 anos, que morreu no Hospital de São José, em Lisboa, a 14 de dezembro, por não haver um neurocirurgião para efetuar uma intervenção cirúrgica ao fim de semana.

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