
A investigadora Rita Sousa Soares, da Fundação Champalimaud, venceu a bolsa de investigação LPCC Oeiras Valley, no valor de 100.000 euros, com um projeto que usa Inteligência Artificial (IA) para personalizar os tratamentos contra o cancro.
A bolsa ‘Investigação em Oncologia na Era da Inteligência Artificial’, que resulta de uma parceria entre o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRS-LPCC) e o Município de Oeiras, foi entregue à investigadora Rita Leonor Álvares Cabral de Figueiredo Fior Sousa Soares numa cerimónia que decorreu, na sexta-feira, no Palácio Anjos, em Algés, Oeiras.
“Esta investigação representa um avanço significativo na área da oncologia personalizada, ao conjugar modelos biológicos inovadores com inteligência artificial para acelerar a identificação de terapias eficazes, adaptadas ao perfil de cada doente”, salientam os promotores da iniciativa num comunicado citado pela Lusa.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro refere que esta bolsa representa um marco na sua história, “não só pelo seu valor – o mais elevado de sempre atribuído pela Liga –, mas também pelo seu propósito transformador: apoiar projetos científicos de excelência que aliem a investigação oncológica ao potencial da Inteligência Artificial para melhorar os cuidados de saúde, o diagnóstico precoce e os tratamentos personalizados”.
A iniciativa resulta de “uma parceria estratégica” entre a LPCC-NRS e o município de Oeiras, que assegurou integralmente o financiamento da bolsa, e insere-se “na visão de ambas as entidades de promover a inovação científica e reforçar o combate ao cancro em Portugal”.
“É com grande orgulho que o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro apoia, mais uma vez, a investigação científica de qualidade. Esta bolsa simboliza o nosso compromisso contínuo com a ciência, a inovação e, acima de tudo, com os doentes oncológicos”, afirma o presidente da LPCC-NRS, Francisco Cavaleiro de Ferreira.
Com 19 candidaturas submetidas até 30 de abril, oriundas de prestigiadas instituições científicas nacionais, o processo de seleção foi conduzido por um júri externo de especialistas nacionais e internacionais, composto por António Medina de Almeida (Hospital da Luz/Universidade Católica), Noel Miranda (Universidade de Leiden), Arlindo Oliveira (IST/INESC), Ahmed Mahfouz (Universidade de Leiden) e Tanja Alderliesten (Universidade de Leiden).
Além do projeto vencedor, foram atribuídas duas menções honrosas, sem apoio financeiro, que reconhecem a qualidade e inovação de duas candidaturas do Gulbenkian Institute of Molecular Medicine (GIMM).
Sérgio Alexandre Fernandes de Almeida foi distinguido pelo projeto AI-Powered Discovery of R-loop Modulators for Precision Oncology, que recorre à inteligência artificial para identificar moduladores de R-loops com potencial em terapias oncológicas personalizadas.
Já Miguel Augusto Rico Botas Castanho recebeu uma menção honrosa pelo projeto AI4BrainMets: Integrating AI-driven protein design with next-generation in vitro models to target breast cancer brain metastases, que aplica a inteligência artificial ao design de proteínas para combater metástases cerebrais do cancro da mama.
“A Bolsa LPCC-Oeiras Valley simboliza o compromisso conjunto do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro e do Município de Oeiras com a promoção da investigação científica de excelência, com impacto real na vida dos doentes e no avanço da medicina oncológica em Portugal”, salientam os promotores da bolsa.