
A farmácia comunitária desempenha um papel estratégico no apoio à população durante episódios de calor extremo, oferecendo orientações práticas, sensibilizando para os riscos da exposição solar e promovendo cuidados de saúde preventivos.
Porém, e a própria farmácia? Que cuidados são necessários por em prática para salvaguardar a segurança dos medicamentos e da própria equipa da farmácia?
O NETFARMA procurou saber o que acontece nestes dias numa farmácia localizada… em pleno Algarve.

Cuidados com… os Utentes
É habitual observarmos um aumento de afluência à farmácia nos dias de calor intenso”, revelam Pedro Silva e Telma Ferreira, da Farmácia Almancil, em Almancil, acrescentando que “este aumento está sobretudo associado a situações relacionadas com a exposição solar prolongada, desidratação, cansaço e agravamento de condições pré-existentes”.
Os pedidos mais frequentes incluem “a procura de protetores solares, cuidados pós-solar, repelentes de insetos e produtos para queimaduras ligeiras. No caso dos idosos, mais sensíveis às temperaturas elevadas, são frequentes pedidos de apoio relacionados com tensão arterial, tonturas e sensação de fraqueza”, sublinham os farmacêuticos.
Nestes dias, nesta farmácia procura-se ainda “reforçar a importância da hidratação, aconselhar a evitar exposição solar nos horários de maior intensidade e alertar para sinais de desidratação e insolação, em especial junto de grupos de risco. Pela sua proximidade e acessibilidade, a farmácia é um ponto de apoio fundamental nestas situações”.
O que não pode faltar nas farmácias nestes dias
Nestes períodos de calor, “é essencial garantir a disponibilidade de protetores solares, cuidados pós-solar, repelentes, produtos para alívio de picadas e soluções de hidratação, incluindo águas termais”, aconselham Pedro Silva e Telma Ferreira.
Adicionalmente, é ainda importante, de acordo com profissionais de saúde, “assegurar medicamentos para dores de cabeça, febre e problemas gastrointestinais, uma vez que o verão está associado a maior contacto social, viagens, consumo de alimentos fora de casa e maior risco de viroses”.
Cuidados com… a Farmácia
O principal desafio é “garantir uma resposta eficaz às necessidades de quem nos procura, assegurando simultaneamente a qualidade do atendimento”.
Não obstante, do ponto de vista humano, Pedro Silva e Telma Ferreira salientam que “é essencial preservar o bem-estar da equipa, mantendo um ambiente de trabalho fresco (reforçando o ar condicionado), garantindo pausas regulares (ajustando, por exemplo, a organização do atendimento) e incentivando a hidratação, para que o foco e a motivação se mantenham elevados mesmo nos dias de maior calor”.
Num país onde os dias quentes são cada vez mais frequentes, as farmácias “continuam a ser um ponto de apoio essencial na promoção da saúde e na prevenção de problemas associados ao calor”.
Conservação dos medicamentos
“Mantemos um controlo rigoroso da temperatura ambiente na farmácia e nos frigoríficos destinados à conservação de medicamentos, utilizando termómetros com registo contínuo em diversos pontos da farmácia”, indicam Pedro Silva e Telma Ferreira. Estes cuidados garantem que “todos os espaços se mantêm dentro dos parâmetros exigidos, preservando a estabilidade e eficácia dos medicamentos”, acrescentam.
Porém, alguns medicamentos “requerem atenção especial em situações que envolvem o armazenamento, transporte ou manuseio, como, insulinas, vacinas e antibióticos”.
Além disso, é fundamental, ainda de acordo com os farmacêuticos, “estarmos atentos a determinadas formas farmacêuticas particularmente suscetíveis a alterações organoléticas, tais como supositórios, cremes e soluções orais”.
Pontualmente, “já ocorreram situações relacionadas com transporte ou armazenamento, incluindo alterações visíveis em embalagens”. No entanto, “de forma geral, a cadeia de abastecimento de medicamentos em Portugal é altamente segura, fruto de rigorosas medidas de controlo ao longo de todo o circuito do medicamento”, elucidam os profissionais de saúde.
Em síntese…
”Reforçamos a importância de privilegiar o consumo regular de água, assegurar uma boa climatização do espaço da farmácia, utilizar vestuário leve, realizar pequenas pausas e verificar regularmente as condições de armazenamento dos medicamentos”, salientam Pedro Silva e Telma Ferreira.
Já no relativo aos utentes, “é essencial redobrar a atenção aos grupos mais vulneráveis, reforçar conselhos sobre hidratação e orientar sobre a correta conservação dos medicamentos em casa”, acrescentam os farmacêuticos.