Comunidades Africanas aprovam interdição de entrada em Cabo Verde de pessoas oriundas de países afetados pelo Ébola 491

Comunidades Africanas aprovam interdição de entrada em Cabo Verde de pessoas oriundas de países afetados pelo Ébola

21 de Agosto de 2014

A Plataforma das Comunidades Africanas residentes em Cabo Verde aprovou a decisão do Governo de interditar a entrada no país de pessoas provenientes dos países afetados pelo vírus do Ébola, nomeadamente Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Guiné Conacri.

Em declarações à Rádio do Cabo Verde, o presidente da Plataforma, Tony Parker, adiantou que a organização que dirige está a trabalhar com as autoridades sanitárias do país na sensibilização dos cidadãos africanos para não se deslocarem para os países afetados pela epidemia do Ébola.

Segundo o responsável comunitário, Cabo Verde não tem condições para enfrentar o surto do Ébola e considerou que «é melhor prevenir do que remediar».

Segunda-feira, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, anunciou que o país interditou, por um período de três meses, o acesso ao país de cidadãos estrangeiros provenientes dos países afetados pelo vírus do Ébola, «independentemente da rota que utilizar».

O chefe do executivo informou que o Governo também decidiu suspender a ida de delegações oficiais cabo-verdianas a todos os países afetados pelo Ébola e aconselhar os nacionais e residentes em Cabo Verde a não se deslocarem à Serra Leoa, Libéria, Nigéria e Guiné Conacri.

«É uma medida provisória, de três meses, para garantir um melhor controlo da situação, tendo em conta a evolução da epidemia na região e, findo os três meses, reavaliaremos a situação», sublinhou o chefe do executivo cabo-verdiano.

Para o Movimento para a Democracia (MpD), maior partido da oposição cabo-verdiana, é uma «medida natural», mas que «peca por não ter sido tomada há mais tempo» e que o Governo deveria colocar a interdição por, pelo menos, seis meses em vez de três meses.

O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), António Monteiro, também considerou que o Governo de José Maria Neves fez bem ao interditar a entrada no país de pessoas provenientes dos países afetados pelo Ébola.

Em declarações à “Inforpress”, António Monteiro disse, porém, que o executivo deve, através de canais diplomáticos, entrar em contacto com os países afetados pelo vírus para lhes explicar a sua posição, de modo a «evitar más interpretações» passíveis de prejudicar os cabo-verdianos que vivam na Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Guiné Conacri.

José Maria Neves garantiu que o país vai estabelecer «todos os contactos possíveis» para que a medida tenha efetividade.

Na semana passada, vários cidadãos oriundos dos países afetados pelo Ébola garantiram à agência “Lusa” que estão preocupados com o aumento de casos nos países de origem, mas não têm intenção de regressar à terra natal, antes que apareça uma vacina para a doença.

Cabo Verde ainda não registou qualquer caso de Ébola, vírus que, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), já matou 1230 pessoas na Nigéria, Serra Leoa, Guiné Conacri e Libéria.

Confrontos num bairro sob quarentena na Libéria fazem vários feridos

Pelo menos quatro pessoas foram atingidas por balas durante confrontos registados ontem num bairro dos subúrbios da capital liberiana, Monrovia, que está sob quarentena por causa da epidemia do vírus Ébola que afeta aquele país.

Os confrontos entre as forças de segurança e os habitantes de West Point começaram quando elementos da polícia entraram no bairro para retirar uma representante do Estado que reside naquela zona com a respetiva família, segundo o relato de um jornalista da agência francesa “AFP” e de testemunhas locais.

A ação da polícia indignou os residentes, que começaram a juntar-se numa zona do bairro em sinal de protesto.

Após o uso de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, os soldados abriram fogo, ferindo pelo menos quatro pessoas, de acordo com as mesmas fontes, citou a “Lusa”.

Num discurso à nação, proferido na terça-feira à noite, a Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, decretou um recolher obrigatório no país e colocou dois bairros sob quarentena, numa tentativa de conter o surto de Ébola.

Dois nigerianos deixam isolamento no Vietname por ausência de sintomas

O Vietname anunciou hoje ter dado alta aos dois cidadãos nigerianos, colocados em isolamento à sua chegada ao país na quarta-feira, por não apresentarem sintomas do vírus do Ébola.

Os resultados dos exames não são ainda conhecidos, mas o Ministério da Saúde vietnamita informou que a sua condição melhorou desde que chegaram, com febre, provenientes do seu país de origem.

«Depois de 24 horas de monitorização, os dois pacientes já não tinham febre e não mostravam sinais anormais ou sintomas relacionados com o Ébola», indicou em comunicado divulgado na noite de quarta-feira.

Os dois homens vão ser colocados sob um programa de «vigilância comunitária» por um período de três semanas a contar a partir da data em que deixaram a zona afetada, detalhou o ministério.

O Vietname introduziu controlos de temperatura obrigatórios nos seus dois maiores aeroportos em Hanói e Ho Chi Minh.
 

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