O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF), no seu site, expressou, no início do mês, “o seu apoio inequívoco e a sua solidariedade ativa para com os pré-avisos de greve convocados para 11 de dezembro”.
Os motivos que fundamentam esta mobilização, como argumentou, na nota em questão, “— o respeito pela dignidade laboral, a valorização real das carreiras, a melhoria urgente das condições de trabalho e a necessidade de respostas estruturais para problemas que, há demasiado tempo, comprometem o funcionamento dos setores público e privado — são claros, justos e inadiáveis”.
Estas reivindicações, do ponto de vista da instituição, ultrapassam a classe farmacêutica “abrangendo diversas áreas profissionais, razão pela qual o SNF não avançou com um pré-aviso próprio”, mas isso “não diminui a nossa determinação. Pelo contrário: reforça a convicção de que só uma ação coletiva ampla e coesa será capaz de romper com a inércia e pressionar decisões políticas que há muito deviam ter sido tomadas”, acrescenta.
Posto isto, o SNF reafirmou “a sua total solidariedade com as organizações sindicais que convocaram esta greve e com todos os trabalhadores que nela participem”.
Ao NETFARMA, Helena Tertuliano, presidente do SNF, explicou que o elemento decisivo do apoio aos pré-avisos de greve para 11 de dezembro “foi a urgência da tomada de posição perante o contexto atual, que inclui a iminência de um novo acordo laboral que não satisfaz as expectativas dos profissionais”. Assim sendo, o SNF considera que “a mobilização é inadiável, sendo fundamental assegurar o respeito pela dignificação da profissão e a valorização real das carreiras”.
“Uma carreira devidamente valorizada”
Os problemas estruturais que afetam os trabalhadores “incluem tipicamente a escassez e o desgaste de recursos humanos, a precariedade de vínculos, bem como a desvalorização salarial face à responsabilidade e qualificação exigidas”, indica Helena Tertuliano, para quem “uma carreira devidamente valorizada e atrativa é a resposta estrutural essencial”.
Deste modo, para a responsável, “é urgente o seu reconhecimento como catalisador para as demais melhorias. Sem uma estrutura que reflita e remunere justamente a elevada qualificação, a responsabilidade técnica e a experiência dos profissionais, é impossível travar a fuga de talentos e o contínuo desgaste do setor”.
“Revisão urgente das tabelas salariais”
Helena Tertuliano sublinha ainda que “esperamos que sejam implementadas mudanças estruturais que resolvam as causas do descontentamento. Isto inclui a revisão urgente das tabelas salariais para uma valorização real, a definição de rácios de profissionais adequados para aliviar a sobrecarga e o estabelecimento de mecanismos de diálogo que resultem em compromissos efetivos”.
Diálogo “meramente protocolar”
No comunicado publicado no seu site, o SNF criticou a existência de um diálogo “meramente protocolar”. Helena Tertuliano explica que esta crítica “deve-se à constatação de que a postura do Governo tem sido de cumprimento formal de procedimentos, mas carente de vontade política para nos receber e dialogar”.
Neste contexto, revela que “existem situações graves de discriminação e inibição do cumprimento da formação dos nossos Residentes, que carecem de respostas firmes por parte da tutela. Aguardamos, há largos meses, resposta aos vários pedidos de audiência com o Ministério da Saúde”.
O SNF ainda não consegue avançar com dados relativos à adesão dos farmacêuticos à greve porque está a recolher informação.




