U.Porto em projeto que quer transformar a forma como se monitoriza a segurança dos medicamentos 1054

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) integra o consórcio responsável pelo desenvolvimento do VIGIA – Sistema de Vigilância de Medicamentos e Dispositivos Médicos com Inteligência Artificial.

Trata-se de um projeto, financiado em mais de 1,4 milhões de euros pelo Portugal 2030, que pretende transformar a forma como se monitoriza a segurança dos medicamentos e dispositivos médicos no país. 

Deste modo, como explicado pela Universidade do Porto (U.Porto), no seu portal, através de algoritmos de inteligência artificial, o VIGIA vai criar um sistema de informação integrado nos registos clínicos eletrónicos, capaz de detetar automaticamente potenciais eventos adversos relacionados com medicamentos e dispositivos médicos. 

“É um passo importante para mudar a forma como fazemos farmacovigilância em Portugal, revela, citado pelo portal da U.Porto,  Renato Ferreira da Silva, docente da FMUP, acrescentando que “queremos que as ferramentas que estamos a desenvolver cheguem efetivamente aos profissionais de saúde, ajudando-os a notificar, monitorizar e tomar decisões de forma mais fácil e segura, sempre com o doente no centro dos cuidados”.

Além da deteção automática de sinais de segurança, o projeto irá também implementar algoritmos de estratificação do risco, adaptados a diferentes classes terapêuticas, promovendo abordagens mais personalizadas e seguras nos locais da prestação de cuidados de saúde. 

O que faz o VIGIA

Poderá ajudar, por exemplo, a identificar doentes com maior risco de reações adversas a certos medicamentos, a sinalizar casos de eventos graves prévios antes da administração de um fármaco e a gerar alertas em tempo real para os profissionais de saúde. 

Liderado pela VirtualCare, uma spin-off da U. Porto criada na Faculdade de Medicina, o consórcio integrará a FMUP, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos e a empresa PharmaDataHub. Esta parceria reúne competências tecnológicas, clínicas e académicas, promovendo uma colaboração transversal entre inovação tecnológica, prática clínica e investigação científica. 

A FMUP irá liderar o o desenvolvimento de algoritmos de vigilância, a análise de dados clínicos em contexto real e a capacitação dos profissionais de saúde para uma utilização eficiente das ferramentas. 

Na Faculdade de Medicina, o projeto será coordenado por Renato Ferreira da Silva e contará com a participação de Inês Ribeiro, Ana Margarida Pereira, Mariana Lobo, Pedro Marques, Bernardo Sousa Pinto, Luís Filipe Azevedo, Ana Margarida Ferreira e Pedro Pereira Rodrigues.