Sindicato dos Trabalhadores de Entidades Públicas anuncia greve de um ano na saúde 63

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos anunciou hoje uma greve nacional de todos os trabalhadores da saúde, que terá início na quinta-feira e se prolonga por todo o ano de 2026.

O pré-aviso de greve, entregue na terça-feira, abrange todos os trabalhadores da saúde, independentemente do vínculo, carreira ou filiação sindical, (incluindo Médicos, Enfermeiros, Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, Técnicos Auxiliares de Saúde, Assistentes Operacionais e restantes profissionais do setor) durante todo o ano de 2026 (1 de janeiro a 31 de dezembro), com incidência nas horas extraordinárias e cirurgias adicionais no âmbito do SIGIC-Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia.

Num comunicado, a que a Lusa teve acesso, o secretário coordenador do sindicato, António Moreira, explica que o protesto visa exigir do Governo “o cumprimento de reivindicações há muito ignoradas”.

António Moreira apontou a reposição dos pontos do SIADAP (Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública) retirados aos trabalhadores como contagem de tempo de serviço para progressão remuneratória, a regularização das avaliações de desempenho (SIADAP 3), o reconhecimento da carreira de Técnico Auxiliar de Saúde como profissão de desgaste rápido, a contratação de pessoal, pondo fim ao uso abusivo de turnos suplementares e jornadas de 16 horas consecutivas e a aplicação do subsídio de risco às carreiras de Técnico Auxiliar de Saúde e Enfermagem.

O Serviço Nacional de Saúde vive um colapso silencioso. Os profissionais estão exaustos, precarizados e com falta de atratividade no posto de trabalho. Entregámos um aviso de greve válido para todo o ano de 2026, o que significa que qualquer dia pode ser dia de paralisação se o Governo continuar a ignorar quem garante os cuidados de saúde dos portugueses”, considera.

Acrescenta que os serviços mínimos serão assegurados em serviços que funcionem ininterruptamente 24 horas por dia, nos sete dias da semana, sendo que tais serviços serão fundamentalmente assegurados pelos trabalhadores que não pretendam exercer o seu legitimo direito à greve.