Em 2024 foram registadas 11.218 notificações de suspeitas de reações adversas a medicamentos (RAM), um ligeiro aumento face às 11.153 notificações no período homólogo.
Com uma taxa de 420 notificações por milhão de habitantes, “os dados refletem um reforço do compromisso de profissionais de saúde e cidadãos na vigilância contínua da segurança dos medicamentos”, sublinha a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), no seu portal, no âmbito do Relatório de Atividade de 2024 do Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF), que compila os principais indicadores relativos à notificação de suspeitas de RAM em Portugal.
Ainda de acordo com a informação avançada pelo Infarmed, das notificações recebidas, 40,5% foram submetidas diretamente no Portal RAM por profissionais de saúde e utentes, enquanto 58,4% foram comunicadas pela indústria farmacêutica através do sistema europeu EudraVigilance.
A restante fração (1,1%) teve origem em literatura científica. A maioria das notificações diretas continuam a ser feitas por profissionais de saúde (88%), com destaque para os farmacêuticos, seguidos dos médicos. No que toca às especialidades médicas, Medicina Geral e Familiar continua a ser a que mais notificações reportou.
Geograficamente, as regiões de Lisboa (20%) e Porto (19%) concentraram o maior número de notificações, refletindo a densidade populacional e a presença de grandes unidades de saúde. No entanto, “verificou-se um contributo crescente de regiões do interior, reflexo das ações de formação promovidas pelas Unidades Regionais de Farmacovigilância (URF), especialmente junto dos farmacêuticos comunitários. Destaca-se ainda o aumento significativo das notificações provenientes dos Arquipélagos dos Açores (+65%) e da Madeira (+118%)”, indica o regulador.
O que acontece às notificações
As notificações reunidas em Portugal pelo SNF são reencaminhadas para o EudraVigilance.
“Com base na análise de todos os dados europeus, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) avaliou, em 2024, um total de 1.254 potenciais sinais de reações adversas a medicamentos, dos quais 3,1% foram considerados prioritários e avaliados pelo Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC)”, informa o Infarmed, acrescentando que “destes, 45% resultaram na atualização da informação dos medicamentos, 20% seguiram sob monitorização de rotina e 35% mantinham-se em avaliação no final do ano”.




