
O stress foi classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a epidemia do século XXI, dado o seu impacto devastador na saúde física e mental de uma grande parte da população mundial.
“Este fenómeno tem vindo a crescer de forma exponencial, afetando uma variedade de grupos profissionais, sendo que os profissionais de saúde estão entre os mais vulneráveis”, aponta Sónia Chagas Ratinho, CEO & Fundadora da EQA Medicina Integrativa e especialista em biofeedback, acrescentando que “os profissionais da área farmacêutica, que estão na linha de frente no acompanhamento do paciente, apresentam níveis elevados de stress crónico, relacionado não só com o intenso ritmo de trabalho, mas também com a pressão para garantir o bem-estar dos seus utentes, frequentemente em condições adversas”.
Neste sentido, a CEO da EQA Medicina Integrativa faz referência a um estudo realizado pela Ordem dos Farmacêuticos, que “revela que 40% dos farmacêuticos sentem níveis elevados de stress e 15% apresentam sintomas significativos de burnout devido à carga excessiva de trabalho, pressão para realizar tarefas multifacetadas e a exigência de acompanhar a saúde de milhares de pacientes”.
Investimento em formação e programas de intervenção
Uma das formas mais eficazes de mitigar os impactos do stress crónico na saúde mental dos profissionais de saúde é “o investimento em programas de formação que incluam gestão do stress e bem-estar emocional”.
Neste sentido, a especialista em biofeedback indica “programas educacionais que ensinem técnicas de mindfulness, gestão do tempo, e autocuidado podem ajudar a melhorar a resiliência e competências emocionais dos profissionais, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios diários com mais equilíbrio”.
Além disso, a “implementação de programas de intervenção clínica que visem a regulação psicofisiológica é essencial para combater os efeitos do stress e ansiedade”, acrescenta.
O novo paradigma da biomedicina
A biomedicina e a medicina Integrativa tratam “o paciente de forma individualizada, levando em consideração a genética, o metabolismo, o ambiente e o comportamento”, explica Sónia Chagas Ratinho, acrescentando que “esta abordagem inovadora visa tratar as causas subjacentes de doenças, ao invés de apenas tratar os sintomas”.
No contexto do stress e das doenças mentais associadas, a biomedicina “pode ser aplicada para regular o sistema psicofisiológico de forma eficaz, utilizando dispositivos médicos de biotecnologia certificados”.
A tecnologia de biofeedback entre outras, “permite aos pacientes monitorizarem e regular funções fisiológicas, como a frequência cardíaca, a respiração e os níveis de tensão muscular, permitindo que eles adquiram o controlo consciente sobre esses processos”, explica a especialista.
Na verdade, “em estudos recentes, observou-se que os dispositivos médicos de biofeedback podem reduzir os sintomas de ansiedade, melhorar a resiliência emocional e até mesmo ajudar na prevenção de distúrbios mentais.
Esta intervenção oferece uma abordagem integrada, onde a regulação emocional e fisiológica é tratada simultaneamente, levando a uma recuperação mais eficaz”, refere a responsável.
Biofeedback e os profissionais de saúde
No contexto dos profissionais de saúde, o “biofeedback oferece uma solução eficaz para melhorar a gestão emocional e prevenir o burnout”, sendo que, ainda de acordo com Sónia Chagas Ratinho “a intervenção com dispositivos de biotecnologia certificados permite uma regulação celular eficaz, ajudando a restaurar o equilíbrio hormonal, melhorar o sistema nervoso central e fortalecer o sistema imunológico, que são sistemas comprometidos devido ao stress crónico”.