Afinal, onde tudo começa? Embora, em alguns casos, o início de algo permaneça um mistério, como o início do Universo, o mesmo não se pode dizer do Farmacêutico. Na base deste profissional altamente qualificado estão a curiosidade, o estudo e a dedicação de um Estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF).
Ao olhar para o autor deste texto, pode surgir a ideia de que se trata apenas de um estudante, alguém que ainda não viveu plenamente a realidade de ser Farmacêutico e, por isso, não teria algo relevante a dizer sobre o assunto.
Contudo, a verdade é que, antes de ser Farmacêutico, é-se estudante. É neste papel que se começa a construir a base do conhecimento, a visão crítica e o compromisso com o futuro da profissão.
Profissão que está em constante evolução técnica e científica, exigindo atualização contínua das suas bases formativas. Neste sentido, a Comissão Europeia procedeu à revisão da Diretiva 2005/36/CE, atualizando os requisitos mínimos de formação para os Farmacêuticos. Esta diretiva estabelece os
padrões essenciais para o reconhecimento das qualificações profissionais de toda a União Europeia, integrando áreas de formação mais especializadas e alinhadas com as necessidades atuais do setor e da sociedade.
Com este importante passo dado pela Comissão Europeia, é fundamental que as mudanças nos planos curriculares representem uma oportunidade de melhorar e modernizar a formação de base dos Farmacêuticos. Para tal, é igualmente imprescindível que se dê voz aos Estudantes, aqueles que representam o início de tudo, valorizando as suas perspetivas sobre métodos pedagógicos mais apelativos, inovadores e eficazes para a sua aprendizagem.
A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) tem o privilégio de representar mais de 4600 estudantes e desempenha um papel crucial neste processo. A APEF procura, continuamente, manter uma relação próxima com as diversas Instituições de Ensino Superior que lecionam o MICF, assegurando que as preocupações, ideias e sugestões dos estudantes sejam ouvidas e integradas. É através deste diálogo que se garante uma formação que responde não apenas às necessidades do presente, mas também aos desafios do futuro.
Porque, afinal, ser Farmacêutico começa aqui, na curiosidade, na dedicação e no compromisso daqueles que escolhem esta profissão. E é este início que, sustentado por uma formação de excelência, molda o futuro de uma área essencial para a saúde pública.
Afonso Garcia
Presidente da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF)




