OMS reafirma não existir ligação entre as vacinas e o autismo 28

Uma nova análise de especialistas da Organização Mundial da Saúde sobre a segurança das vacinas concluiu que não existe qualquer relação causal entre as vacinas e as perturbações do espectro do autismo (PEA).

A conclusão do Comité Consultivo Global sobre a Segurança das Vacinas (GACVS), com base nas evidências disponíveis, “reafirma a posição da OMS de que as vacinas infantis não causam autismo”, referiu, ontem, a agência de saúde das Nações Unidas num comunicado, a que a Lusa teve acesso.

A análise em causa, discutida pelo Comité a 27 de novembro, centrou-se na relação entre as vacinas contendo tiomersal (composto à base de mercúrio) e as PEA e na associação entre vacinas em geral e as PEA.

“As evidências baseadas em 31 estudos de investigação primária, publicados entre janeiro de 2010 e agosto de 2025, incluindo dados de vários países, apoiam fortemente o perfil de segurança positivo das vacinas utilizadas durante a infância e a gravidez e confirmam a ausência de uma relação causal com as PEA”, adianta o comunicado.

O Comité também avaliou a revisão dos potenciais riscos para a saúde associados às vacinas com adjuvantes de alumínio, com base em estudos realizados de 1999 a março de 2023, além de ter revisto um recente estudo de grande escala com dados de registos nacionais de crianças nascidas na Dinamarca entre 1997 e 2018.

Tendo em conta “as evidências disponíveis de alta qualidade”, o GACVS “reafirma as suas conclusões anteriores de 2002, 2004 e 2012: as vacinas, incluindo as que têm tiomersal e/ou alumínio, não causam autismo”.

A OMS salienta que “os esforços globais de vacinação infantil representam uma das maiores conquistas na melhoria de vidas, dos meios de subsistência e da prosperidade das sociedades”, assinalando que, “nos últimos 50 anos, a vacinação infantil salvou pelo menos 154 milhões de vidas”.

No mês passado, o secretário da Saúde norte-americano, Robert F. Kennedy Jr., disse ter dado indicações para os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) modificarem o seu site e associarem vacinas a casos de autismo, por considerar que não existem provas suficientes para descartar tal ligação.

O site atualizado indica que a afirmação de que as vacinas “não causam autismo” não se baseia em provas científicas.

A decisão de Kennedy Jr. faz parte de uma longa lista de medidas do Governo dos Estados Unidos para desencorajar a vacinação.