O papel das farmácias deve ser reconhecido (…) promovendo, a articulação com as ULS” 385

“O papel das farmácias deve ser reconhecido e integrado nas estratégias de Saúde Pública, promovendo a articulação com as ULS, de modo a potenciar sinergias entre ambas as entidades e respetivos profissionais de saúde”, defendeu na sexta-feira Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), durante a 16.ª Conferência de Valor APAH (Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares), que decorreu em Vila Nova de Gaia.

Durante o painel ‘Comunidade, cuidados e confiança: Parcerias locais com impacto’, Ema Paulino apresentou, segundo especificado no site da ANF, as farmácias como “um recurso valioso, disponível e acessível em todo o território nacional”, num contexto de crescente evolução dos cuidados de saúde primários para “uma abordagem integrada, incorporando conceitos como interdisciplinaridade, prevenção, autocuidados e autogestão da saúde”.

Colaboração ULS/farmácias

A colaboração entre as farmácias comunitárias e as unidades locais de saúde (ULS) tem vindo, ainda de acordo com o site citado, a ser explorada em várias regiões do país, demonstrando o potencial desta integração. É o caso da colaboração com a ULS do Alto Minho no âmbito do projeto C-SÉNIoR, que visa a desprescrição de inibidores de bomba de protões (IBP) em pessoas com 65 ou mais anos, tendo conseguido reduzir essa utilização em cerca de 45%.

Destaca-se também o projeto inovador com a ULS do Oeste, em que as farmácias comunitárias funcionam como parte do sistema de vigilância para a deteção precoce de casos de infeção por vírus respiratório, contribuindo para uma resposta mais eficaz e adaptada a cada momento.

“As farmácias comunitárias podem desempenhar um papel determinante na gestão integrada dos cuidados de saúde, contribuindo para a redução da pressão sobre os serviços de urgência e para a melhoria dos resultados em saúde da população”,  salientou a dirigente da ANF, sublinhando ainda a importância dos serviços em curso de dispensa em proximidade de medicamentos hospitalares e de renovação da terapêutica crónica.

Ema Paulino reiterou ainda a importância do registo e da partilha de dados em saúde para uma prestação de cuidados mais colaborativa, multidisciplinar e centrada na pessoa.