A farmácia é a unidade de saúde com maior acesso pelas pessoas. É a elas que procuram em busca de aconselhamento, de um apoio, do alívio de sintomas ou até mesmo de uma palavra amiga. Do litoral ao interior, das áreas cosmopolitas a tantas rurais, existe sempre uma farmácia disponível, com um ou mais farmacêuticos capacitados para melhorar a saúde de quem precisa. E a mulher é uma das grandes frequentadoras da farmácia. É, historicamente e até aos dias de hoje, a cuidadora da família e são elas que mais acorrem à farmácia, procurando soluções para si, mas também para todos os seus. Por isso, potenciar a saúde feminina faz parte do trabalho diário das farmácias, que procuram ajudar as mulheres a terem mais saúde, algo que se consegue através da proximidade que temos com os nossos utentes.
É por isso também importante o papel das farmácias na menopausa, uma fase da vida feminina que continua a ser vista como um fim, em vez de o início de uma nova etapa, uma fase de mais autoconfiança e de autoconhecimento. A menopausa, e nomeadamente as alterações hormonais que dela decorrem, podem trazer transtornos à vida da mulher, mas não temos que viver com todos eles! Muitos podem ser atenuados, utilizando os medicamentos, os suplementos e os produtos dermocosméticos adequados.
Não temos de viver com os afrontamentos, com a secura vaginal ou envelhecimento precoce da pele.
Não temos de estar presas a estereótipos, de aceitar com um encolher de ombros a inevitabilidade de uma fase que, se é certo que vai afetar todas as mulheres, não precisa de lhes destruir a autoestima ou castigar a qualidade de vida.
Costumo dizer que existem três fases nesta altura da vida feminina: assumir, intervir e divertir! Porque a menopausa não é o fim, sendo essencial o papel dos profissionais de saúde em desmistificar, em falar do tema, em acompanhar as mulheres em todas as suas dúvidas e necessidades.
Na farmácia, onde existe a partilha de informação credível, são divulgadas fontes também estas credíveis para a procura de mais informação, o que é determinante para uma boa tomada de decisões sobre a saúde. Há, na farmácia, a responsabilidade de aumentar a literacia em saúde também na menopausa, com ganhos para toda a população. Daí que, na farmácia, o nosso papel seja também o de encaminhamento para outros profissionais de saúde. Com a proximidade que temos com os nossos utentes, é muitas vezes evidente o benefício de contactar outro profissional, o encaminhamento para o médico, para um nutricionista, psicólogo, professor de ginástica, ou outro, podem também ser determinantes para que a mulher viva esta fase no seu máximo de saúde e bem-estar.
Continua a haver mulheres que não estão a ser ajudadas como deveriam. É tempo de acabar com esta realidade. E se é verdade que o caminho é ainda longo para desmistificar a menopausa e o envelhecimento da mulher, não é menos verdade que já está mais do que na hora de o começar a trilhar.




