No dia 26 de setembro celebramos todos os Farmacêuticos, numa efeméride que nos chama a refletir sobre a importância destes profissionais na vida das comunidades, uma vez que, com frequência, o primeiro contacto que alguém estabelece quando precisa de apoio em saúde não é com um médico, mas sim com um farmacêutico. Esta realidade faz com que estes profissionais tenham um papel primordial na promoção do bem-estar individual e coletivo.
A farmácia comunitária é, para muitos cidadãos, a porta de entrada no sistema de saúde e, pela sua proximidade, acessibilidade e confiança, o profissional de farmácia assume-se como alguém que ouve, orienta e acompanha desde as queixas mais simples até às situações que exigem encaminhamento especializado. Este contacto inicial pode fazer toda a diferença, desde a deteção precoce de sinais de alarme até ao esclarecimento sobre a correta utilização de medicamentos.
Numa altura em que o sistema de saúde apresenta enormes desafios de acessibilidade, equidade e pressão sobre os serviços hospitalares, o farmacêutico pode ter um papel fundamental no alívio dessa sobrecarga. A sua presença junto das comunidades garante que milhares de pessoas encontrem respostas rápidas e eficazes para pequenas situações que não são passíveis de uma consulta de urgência, conselhos sobre automedicação responsável ou orientações sobre estilos de vida mais saudáveis. Além disso, a confiança que se constrói ao longo do tempo transforma o farmacêutico num conselheiro de proximidade, alguém que conhece a história clínica e pessoal de quem o procura, fortalecendo o acompanhamento contínuo.
Importa também referir o contributo destes profissionais para a adesão à terapêutica. A explicação sobre a administração dos medicamentos, interações e efeitos secundários é decisiva para a eficácia dos tratamentos. Quantos erros de toma são evitados diariamente graças à intervenção de um farmacêutico ou quantos diagnósticos são facilitados por um encaminhamento feito no momento certo?
Num futuro em que a saúde será cada vez mais integrada, personalizada e preventiva, o papel do farmacêutico terá de ser ainda mais relevante. A sua capacidade de intervir na comunidade, de acompanhar de forma contínua e de educar para a saúde é um ativo que Portugal não pode descurar. Investir nos farmacêuticos é investir em proximidade, confiança e qualidade de vida das comunidades.
Neste Dia do Farmacêutico queremos celebrar a profissão, mas também a dedicação de quem, todos os dias, faz a diferença na vida das pessoas.
Reconhecer o farmacêutico como o primeiro ponto de ligação entre a comunidade e o sistema de saúde é também reconhecer que cuidar começa muitas vezes ao virar da esquina, numa farmácia da nossa rua ou localidade.
Pedro Gouveia
Country Head – Opella Portugal
