Legislativas: As 5 perguntas que os Farmacêuticos Hospitalares devem fazer antes de votar 1790

O NETFARMA propôs à Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH) que selecionasse cinco perguntas que os farmacêuticos hospitalares devem fazer antes de votar.

Eis as cinco questões propostas pela associação:

1. O que propõem os partidos para o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente para as equipas multidisciplinares e para a valorização dos farmacêuticos hospitalares?

As eleições legislativas de 2025 decorrem num contexto em que as reivindicações dos profissionais de saúde, incluindo melhores condições de trabalho e valorização das carreiras, estão no centro do debate político. É fundamental perceber se os programas eleitorais contemplam medidas específicas para reforçar o papel dos farmacêuticos hospitalares para garantir equipas multidisciplinares.

2. Que propostas existem para a contratação, progressão e condições laborais dos profissionais de saúde, incluindo farmacêuticos hospitalares?

Muitos partidos apresentam propostas para a contratação de profissionais de saúde e para a melhoria das condições laborais, sendo importante perceber se, para além dos passos que já foram dados relativamente à atualização salarial e à abertura de concursos, estão previstas mais medidas na próxima legislatura. É importante analisar se há propostas concretas para a progressão na carreira, valorização salarial destes profissionais e reposicionamento de grande parte dos farmacêuticos hospitalares nos próximos anos.

3. Como pretendem os partidos programar o investimento em infraestruturas e equipamentos nos Serviços Farmacêuticos Hospitalares para que possam ser serviços modernizados e adequados à sua função estratégica dentro da instituição hospitalar?

A maior parte dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares encontra-se localizado em infraestruturas completamente desadequadas ao volume de serviço, que atualmente prestam, bem como ao armazenamento dos medicamentos e dispositivos médicos que fazem atualmente parte do mestre de artigos de cada instituição. Por outro lado, torna-se vital a modernização de grande parte dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares com a aquisição de equipamento adequados que permitam o desempenho de outras funções, nomeadamente funções de carácter clínico. Os farmacêuticos devem questionar como cada partido pretende operacionalizar este investimento e se há garantias de que os serviços farmacêuticos terão estes recursos para responder às necessidades dos utentes.

4. Que políticas estão previstas para a integração e articulação entre cuidados primários, hospitalares e continuados, e qual o papel dos farmacêuticos hospitalares nesse modelo?

A integração entre diferentes níveis de cuidados de saúde é uma das propostas em discussão, visando maior eficiência e melhor resposta às necessidades dos utentes. É relevante saber se os partidos reconhecem e reforçam o papel dos farmacêuticos hospitalares na articulação entre cuidados primários, hospitalares e continuados, nomeadamente na gestão da terapêutica, na transição de cuidados e na contratação de mais farmacêuticos hospitalares para o desempenho das funções nos cuidados de saúde primários.

5. Existem compromissos para o investimento em inovação, digitalização e investigação nos hospitais, incluindo nos serviços farmacêuticos?

O investimento em inovação, digitalização e investigação é essencial para a modernização dos serviços hospitalares, incluindo a farmácia hospitalar. Os farmacêuticos devem perguntar se os partidos assumem compromissos concretos para dotar os hospitais de tecnologias de informação, apoiar a investigação clínica e farmacêutica, e promover a formação contínua dos profissionais.

Estas perguntas permitem aos farmacêuticos hospitalares avaliar de forma crítica os programas
eleitorais e votar de forma informada, tendo em conta o impacto das políticas de saúde na sua
profissão e na qualidade dos cuidados prestados à população.”