No âmbito do Dia Mundial do Cancro da Cabeça e do Pescoço, que se assinala a 27 de julho, a campanha nacional ‘Língua Para Fora’ destaca-se como uma das principais ações de sensibilização sobre o cancro oral dirigidas ao público jovem-adulto, reforçando o apelo à vigilância e diagnóstico precoce.
Integrada na Make Sense Campaign 2025, promovida pela European Head and Neck Society (EHNS), a iniciativa está a ser dinamizada em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Cirurgia Orofacial e pelo Grupo de Estudos de Cancro da Cabeça e do Pescoço (GECCP), com ações interativas em festivais de verão.
Embora muitas das atividades desta campanha europeia estejam previstas para a Semana Europeia de Sensibilização, que decorre entre 15 e 20 de setembro, em Portugal a mobilização arrancou mais cedo. A campanha ‘Língua Para Fora’ já marcou presença no Festival Jardins do Marquês – Oeiras (28 de junho a 9 de julho) e no Sumol Summer Fest (4 e 5 de julho), e prepara-se para estar também no Caixa Alfama, a 26 e 27 de setembro — levando a mensagem da prevenção a alguns dos palcos que mais mobilizam durante o verão.
Nestes festivais de música, segundo explicado em comunicado, o público é convidado a pôr, literalmente a língua para fora, participando em experiências criativas como o Espelho Selfie, o Mural Coletivo de Línguas, jogos educativos e outras atividades que promovem o auto-rastreio da cavidade oral — com foco na observação da língua como gesto simples e fundamental para a deteção precoce de sinais suspeitos. As ações foram desenvolvidas com o apoio da agência Música no Coração, a quem a organização agradece a colaboração e o compromisso com a promoção da saúde pública.
“A ideia desta campanha partiu da vontade de sensibilizar, desde cedo, para o hábito da auto-observação da cavidade oral — em especial da língua, por ser uma das localizações mais afetadas por doença maligna e de tão fácil acesso”, explica, no comunicado citado, Gonçalo Cunha Coutinho, médico estomatologista e coordenador da campanha “Língua Para Fora”, acrescentando que “queremos promover uma verdadeira educação para a saúde, à semelhança de outros hábitos que já provaram ter um enorme impacto no diagnóstico precoce do cancro, como a autopalpação mamária ou a vigilância dos sinais na pele”.
Em Portugal, o cancro da cabeça e do pescoço é o sétimo tipo de cancro mais comum, sendo registados entre 2 500 e 3 000 novos casos por ano. Estes tumores afetam sobretudo homens com mais de 50 anos, mas tem-se observado um aumento da incidência entre mulheres e jovens. A deteção precoce pode fazer toda a diferença: quando identificados em fases iniciais, as taxas de cura ronda os 80 % a 90%. Ainda assim, muitos casos continuam a ser diagnosticados em fases avançadas, reduzindo significativamente as hipóteses de cura. A campanha lembra que um simples gesto de observação pode salvar vidas.
Sob o lema europeu ‘Não Ignore. Aprenda os Sinais. Consulte um Especialista.’, a campanha ‘Língua Para Fora’ procura quebrar o silêncio em torno do cancro da cabeça e pescoço, usando uma abordagem positiva, criativa e participativa para chegar aos jovens.
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