Jovens debatem o futuro da profissão 861

A Ordem dos Farmacêuticos (OF), em colaboração com a Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF) e a Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF), organizou ontem, no auditório da sede, em Lisboa, um encontro entre estudantes e jovens farmacêuticos, sobre ‘O Futuro da Profissão Farmacêutica’. 

Lucas Chambel, presidente da Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF), assinalou ao Netfarma que o grande objetivo que presidiu a este encontro foi “reunir com os colegas, traçar as prioridades para o futuro e mostrar que todas as organizações estão abertas à participação”. É esta abertura “que faz com que haja uma confiança institucional para podermos defender ideias” na área da Saúde e, particularmente, no setor farmacêutico.

O Encontro incluiu uma mesa redonda sobre ‘Outras áreas de diferenciação da profissão’, onde jovens farmacêuticos falaram da sua experiência em áreas profissionais menos comuns, como a Avaliação de Tecnologias de Saúde e Acesso ao Mercado, Dermoscosmética, Dispositivos Médicos, Ensaios Clínicos ou Medicamento e Ambiente.

Na opinião de Lucas Chambel, “a juventude farmacêutica também é um garante de estabilidade”. Para os jovens é reconfortante saber que “têm futuro”, que podem “participar num setor e que não estão sozinhos nessa luta”; para aqueles que já têm muitos anos de carreira, também é importante perceber que “podem estar descansados” porque “o testemunho está entregue, a profissão farmacêutica vai continuar a prosperar e, de certeza, contribuir para o futuro da Saúde”.

David Santana, do Conselho de Jovens Farmacêuticos da OF, assinalou ainda “a energia e o sinal positivo na participação de jovens profissionais de diversas áreas do setor e de estudantes do primeiro ao quinto ano. A transformação contínua da nossa profissão só irá acontecer com a participação de todos”.

Neste âmbito, Afonso Garcia, presidente da APEF, defende que “as mudanças também têm de ocorrer no Ensino, desde a base, para formar farmacêuticos cada vez mais qualificados e coordenados com o setor”.

Em relação aos desafios atuais, Lucas Chambel assinalou que depois de realizado o diagnóstico e o perfil do setor, “reunimos com os colegas, validamos as ideias e traçamos algumas prioridades”. Neste momento, “estamos numa fase de maior responsabilidade, a de execução”.

David Santana recordou que jovens farmacêuticos de diversos setores se reuniram, no ano passado, com o propósito de avaliar os desafios em áreas fundamentais (nomeadamente, o papel do farmacêutico na saúde da comunidade, a transformação digital da profissão farmacêutica e o desenvolvimento e certificação profissional dos farmacêuticos), que se traduziram em diversas recomendações. “Estas são também fruto de um trabalho de caracterização, realizado anteriormente, sobre a nossa profissão”.

Tal como Lucas Chambel, David Santana assinala que “os dados estão lançados. Agora, temos a responsabilidade de dar o passo seguinte: pôr em prática um processo de evolução contínua, como tem acontecido ao longo dos tempos, na nossa profissão”. Na sua opinião, “o futuro, a transformação, só será possível com o envolvimento de todos”.

Por último, Afonso Garcia sublinha que “o sentido de união entre todos”, que permite a discussão, no mesmo espaço, sobre “o futuro e as portas que se abrem”, é “o início de tudo”. E continua a ser um fator decisivo para implementar as recomendações (designadamente, no que se refere ao futuro do currículo do MICF), que constituem “o fim máximo de tudo o que andámos a construir até agora”.