Intervenção em situações clínicas ligeiras: “Uma medida com enorme potencial para aliviar a pressão sobre os serviços públicos de saúde” 862

O Parlamento aprovou, em 24 de janeiro, o projeto de resolução apresentado pelo PAN para criação de um projeto piloto de intervenções terapêuticas em situações clínicas ligeiras por farmacêuticos nas farmácias comunitárias.

A aprovação deste projeto é, na opinião da Ordem dos Farmacêuticos (OF), “uma medida com enorme potencial para aliviar a pressão sobre os serviços públicos de saúde, proporcionar maior eficiência na gestão dos recursos de saúde e aumentar a proximidade dos cidadãos no acesso aos cuidados de saúde”.

Neste sentido, ao NETFARMA, a OF explica que a crescente procura por cuidados de saúde, impulsionada sobretudo pelo envelhecimento da população e pelo aumento da doença crónica, “reforça a necessidade da implementação de novas estratégias de gestão de situações clínicas ligeiras. Muitas destas situações têm representado uma elevada sobrecarga para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal, tanto ao nível dos cuidados de saúde primários como nos serviços de urgência”.

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Estes tipos de serviços “estão bem implementados em outros países, como no Reino Unido, com protocolos bem estabelecidos e com a disponibilização de um serviço estruturado, com valor demonstrado para as pessoas e para o sistema de saúde, de forma integrada com as restantes respostas”, continua a OF.

Ao longo do último ano, a Ordem reuniu mesmo com várias instituições portuguesas e europeias ligadas ao setor da saúde e à área farmacêutica, “no sentido de promover a partilha de experiências, boas práticas, analisar modelos de implementação de serviços farmacêuticos, discutir estratégias para o acompanhamento de situações clínicas ligeiras e explorar oportunidades de colaboração em programas de formação profissional“.

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O que diz o projeto de resolução

O projeto de resolução n.º 539/XVI/1.ª recomenda ao Governo que, “mediante prévia articulação com a Direcção-Geral de Saúde, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), as Ordens profissionais e organizações representativas dos profissionais de saúde, dos farmacêuticos e das farmácias comunitárias, crie um projeto-piloto que permita às farmácias comunitárias fazer, de acordo com protocolos clínicos específicos e pré-determinados, o atendimento de situações clínicas ligeiras e não-urgentes, como infeções urinárias, sinusites, dores de garganta ou otites médias, com prescrição do tratamento adequado ou encaminhamento, quando justificado, para os cuidados de saúde primários”.