Indústria Farmacêutica: “A constante procura internacional dos qualified person portugueses” 812

Na cerimónia de tomada de posse dos conselhos dos colégios de especialidade da Ordem dos Farmacêuticos, que decorreu, ontem, na sede da instituição, em Lisboa, José Vera-Cruz, presidente do Conselho do Colégio de Especialidade de Indústria Farmacêutica, declarou que “agora é o momento de trabalhar, mas também é o momento de fazer campanha pelo farmacêutico de indústria, pelo reconhecimento do papel fulcral do farmacêutico e especialista, e do modelo português, nas instâncias de reflexão e decisão mais importantes, tanto a nível nacional como internacional”.

 

Reconhecimento de competências

Fazendo menção às notícias de que as exportações na área da saúde aumentaram 21,6% em 2024, ultrapassando os 4 mil milhões de euros, com as preparações farmacêuticas a representarem 82,8% desse valor, o farmacêutico, no seu discurso de tomada de posse, sublinhou que “duas empresas farmacêuticas figuram agora no top 10 das empresas exportadoras”, sendo que “não se deve apenas à qualidade dos nossos farmacêuticos. Mas é inegável que a competência reconhecida dos nossos especialistas teve um papel decisivo nesse sucesso. E a prova é a constante procura internacional dos qualified person portugueses, quer seja em trabalho presencial, remoto ou para assumir em posições globais e multinacionais”.

 

“Pilar de inovação”

Queremos promover a qualificação contínua, mas também a interação entre as diferentes gerações de farmacêuticos e especialistas, para assegurar que a nossa profissão continua a ser um pilar de inovação e integridade”, declarou também José Vera-Cruz, argumentando que “as rápidas mudanças na regulamentação, as exigências de um mercado globalizado e a constante necessidade de inovação tecnológica exigem de nós um compromisso sem precedentes com a formação e adaptação contínua”.

 

Preparados para “aplicar as novas tecnologias”

O presidente do conselho do Colégio de Especialidade de Indústria Farmacêutica assegurou ainda que “os farmacêuticos de indústria estão comprometidos em assegurar aos doentes e à sociedade o contínuo fabrico e fornecimento de medicamentos eficazes, seguros e com qualidade, sejam eles convencionais, biotecnológicos, gases medicinais, radiofármacos, medicamentos de terapia avançada ou à base de canábis medicinal, integrando as novas ferramentas digitais, como seja a inteligência artificial, Big Data, Blockchain, Advanced Analytics, Internet of Things, realidade virtual e aumentada”. Isto porque, ainda de acordo com o responsável, “sei que, enquanto especialistas do medicamento, estamos excecionalmente qualificados e preparados para compreender e aplicar as novas tecnologias associadas ao fabrico de um medicamento”.