A Índia quer aumentar as exportações de medicamentos para mercados semi-regulados na África, América Latina e Sudeste Asiático, com o objetivo de reduzir a sua dependência dos Estados Unidos, onde as preocupações com tarifas representam riscos, segundo, disseram, ontem, à Reuters, responsáveis do Pharmaceuticals Export Promotion Council of India (Pharmexcil), uma entidade comercial apoiada pelo governo.
Embora as exportações farmacêuticas indianas estejam atualmente isentas das tarifas de até 50% impostas pelo presidente Donald Trump, a crescente incerteza e as tensões entre os países mantêm a indústria cautelosa. “É uma questão preocupante para nós”, disse, à Reuters, o presidente da Pharmexcil, Namit Joshi, referindo-se às tarifas dos EUA.
Os EUA são o maior mercado da Índia e correspondem a pouco mais de um terço das exportações farmacêuticas indianas, que compreendem principalmente versões genéricas mais baratas de medicamentos populares. As exportações para o país aumentaram 20%, para cerca de US$ 10,5 mil milhões no ano fiscal de 2025.
“A questão é como as médias e pequenas empresas e as grandes empresas podem unir-se e trabalhar nesses mercados (semi-regulamentados)”, complementou Bhavin Mehta, vice-presidente da Pharmexcil, à margem de uma conferência, referindo ainda que a Pharmexcil planeia apresentar o seu plano ao governo até à próxima semana.
A Pharmexcil também planeia impulsionar as vendas de medicamentos para a China, como forma de reduzir o défice comercial. A indústria farmacêutica indiana importa mais de 60% das matérias-primas e ingredientes farmacêuticos ativos da China.
No início desta semana, a Reuters já tinha noticiado os planos da Índia de aumentar as exportações farmacêuticas para a Rússia, Holanda e Brasil.




