A Unidade Local de Saúde São João (ULSSJ) conta, a partir desta semana, com um segundo robot cirúrgico e estima conseguir fazer no próximo ano cerca de 1.700 cirurgias robóticas com os dois aparelhos.
O investimento, feito no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no segundo robot cirúrgico da ULSSJ foi de cerca de 2,3 milhões de euros (IVA incluído).
Em resposta à agência Lusa, a ULSSJ avançou que estima fazer cerca de 700 cirurgias com o novo robot e cerca de 1.000 com o robot adquirido com verbas próprias em 2023.
“A atividade cirúrgica realizada na ULS São João, ao longo dos últimos anos, tem apresentado uma evolução crescente. A introdução de inovação tecnológica para acompanhar a diferenciação na prestação de cuidados que caracteriza a instituição torna-se imprescindível para manter esta dinâmica na atividade cirúrgica. Esta estratégia permite manter a elevada capacidade de resposta na área cirúrgica que caracteriza a instituição”, lê-se num resumo sobre este investimento enviado à Lusa.
Com o primeiro robot cirúrgico, a ULSSJ realizou cerca de 950 cirurgias, maioritariamente cirurgias oncológicas urológicas, esófago-gástricas, colo-rectais, hépato-bilio-pancreáticas e ginecológicas.
Segundo o São João, a aquisição deste segundo sistema robótico vai permitir alargar a cirurgia robótica a outras especialidades como Torácica, Cardíaca, Obesidade, Cirurgia Pediátrica e Senologia (patologia mamária).
“Esta aquisição vem reforçar a capacidade assistencial da ULS São João, inserindo-se na estratégia de renovação e modernização do seu parque tecnológico, elevando os padrões de qualidade, segurança e eficiência dos cuidados prestados, qualificando a capacidade de resposta cirúrgica e contribuindo para a obtenção de melhores resultados em saúde”, acrescentou a fonte.
Apontando que “a cirurgia minimamente invasiva com recurso à cirurgia robótica já demonstrou ser uma abordagem com inúmeras vantagens do ponto de vista do cirurgião, bem como do ponto de vista do doente”, a ULSSJ lembra que “relativamente ao primeiro, o robot permite maior conforto ergonómico com menor cansaço que se traduz na qualidade da cirurgia realizada, na maior precisão de movimentos, na eliminação do tremor fisiológico do cirurgião”.
Em causa está a utilização de uma plataforma de câmara estável, imagem tridimensional com alta definição, instrumentos flexíveis que permitem amplitude de movimentos, acesso a áreas anatómicas complexas com uma melhor visualização da anatomia e planos cirúrgicos.
“Isto permite remover tecido tumoral de forma mais radical e, portanto, melhorar a sobrevida dos doentes. Para além dessa vantagem para o doente, está demonstrada a recuperação mais rápida no pós-operatório, com menos dor, com menos hemorragia intraoperatória e menor necessidade de transfusões de sangue, o menor tempo de hospitalização e a menor necessidade de re-intervenções”, acrescenta.
A ULSSJ refere, ainda, que o crescimento da cirurgia robótica na instituição “permitirá incrementar a modernização da atividade cirúrgica e minimizar o risco de erro associado a qualquer intervenção cirúrgica”.
“Atendendo a que a instituição é centro de referência nacional no tratamento de doença oncológica, o conhecimento e diferenciação aplicados à cirurgia robótica vão também permitir formar novos cirurgiões com elevadas competências nestas áreas”, conclui.




