No âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER) da Farmácia Alcântara Guerreiro, foi colocado em leilão eletrónico, na plataforma da leiloeira Leilosoc, um dos ativos da sociedade, a Herdade do Canhão, situado em Mourão, que se estende por 430 hectares de terreno, caracterizados por vinha, olival, cereais, azinhal e duas albufeiras.
O preço base de venda, de acordo com o Jornal de Negócios, era de 2,8 milhões de euros. Tendo na terça-feira, 22 de abril (dia do encerramento do leilão), a oferta final sido de 3,3 milhões de euros.
O ‘Rei das Farmácias’
Ainda segundo o Jornal de Negócios, Nuno Alcântara Guerreiro, a partir da Farmácia Alcântara Guerreiro, em Oeiras, adquiriu, no prazo de uma dúzia de anos, 30 estabelecimentos do setor em nome de testas de ferro.
Conhecido como ‘Rei das Farmácias’, viria a ser apanhado em março de 2012, com a Polícia Judiciária a apreender, entre outro bens, automóveis topo de gama, de marcas como Ferrari, Porsche, Lamborghini, Jaguar, Austin Martin, Bentley e BMW.
Nuno Alcântara Guerreiro foi condenado em outubro de 2022 a sete anos de prisão por crimes de abuso de confiança, insolvência dolosa, branqueamento de capitais e fraude fiscal, com o tribunal a dar como provado que terá usado o dinheiro das farmácias, cerca de 63 milhões de euros, em benefício próprio, prejudicando as sociedades, muitas das quais foram à falência, para comprar carros e iates de luxo, vários imóveis, joias, relógios e obras de arte.
Além da pena de prisão, Nuno Alcântara Guerreiro foi ainda condenado a pagar dois milhões de euros em indemnizações cíveis, tendo ficado no acórdão determinada a perda de todos os bens apreendidos a favor do Estado.
