
Ricardo Veia Calé é farmacêutico de formação e candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de Olhão. Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Algarve, começou cedo a juntar vocação técnica com intervenção cívica: fundou o núcleo de estudantes da sua área e liderou estruturas da Juventude Socialista no Algarve. Hoje, quer aplicar essa experiência ao serviço da Olhão.
O NETFARMA propôs-lhe que respondesse a um questionário de Proust… um desafio que o farmacêutico aceitou, respondendo às questões, misturando princípios da farmácia com ideias para a política local.
Entre paracetamol, aspirinas e fórmulas de bem-estar, o candidato partilha o seu lema, os desafios da campanha e a receita que gostaria de prescrever para um Olhão mais saudável e participativo.
Questionário de Proust
Nome: Ricardo Veia Calé
Ramo da Farmácia que exerce(u) e quantos anos: Farmacêutico de carreira, Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Algarve. Tem uma trajetória que inclui gestão e ativismo no setor, incluindo ser presidente-fundador do Núcleo de Estudantes de Ciências Farmacêuticas da UAlg
Cargo a que se candidata: Candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Olhão nas eleições de 12 de outubro de 2025
Filiação Política: Partido Socialista (PS). Teve importantes cargos juvenis, como presidente da Federação da Juventude Socialista do Algarve, e é membro da Comissão Política Nacional da JS
– Qual é o seu lema de campanha (ou de vida), mesmo que só funcione com ibuprofeno?
– “Construir juntos um concelho mais evoluído — sempre com calma, foco e ação.”
– Se fosse um medicamento, qual seria e porquê?
– Seria paracetamol: versátil, eficaz, amplamente útil, quase indispensável — tal como o serviço público de saúde que defendo.
– Qual foi o momento em que pensou: “Isto está mesmo a acontecer, vou entrar na política”? Porquê?
– Acredito que esse momento aconteceu no final da licenciatura, ao fundar o núcleo de estudantes da farmácia na UAlg — percebi o impacto coletivo que podia ter, e como a política poderia ser um meio para servir melhor a comunidade.
– Concilia a Farmácia com a vida política? Porquê?
– Sim. Ambas as áreas partilham o princípio do serviço à comunidade. A farmácia educa, protege e cuida; a política local implementa essas soluções em escala — são caminhos complementares.
– Na sua vida política, o facto de ser farmacêutico trouxe-lhe alguma mais-valia?
– Sem dúvida. Permitiram-me liderar projetos como o regresso da farmácia em disponibilidade após as 21h, o programa ABEM (Rede Solidária do Medicamento), testagem à Covid-19 e a Estratégia Municipal de Saúde.
– O que é mais difícil: convencer um utente a terminar o antibiótico ou um eleitor a ler o programa eleitoral?
– Convencer o eleitor a ler o programa eleitoral. As pessoas seguem relatos humanizados; para atrair leitores precisamos contar histórias e mostrar resultados concretos — é um desafio maior que explicar os riscos de antibióticos.
– Qual é o seu super-poder farmacêutico que gostaria de aplicar na política?
– Capacidade de combinar componentes (como num formulação magistral) — juntar habitantes, técnicos e entidades em debates e soluções partilhadas, tal como fez-se com a testagem à Covid-19 em colaboração com farmácias e laboratórios.
– Se pudesse prescrever uma receita para melhorar o seu município, o que incluiria?
— Transparência local: reuniões abertas e acessíveis.
— Participação ativa: envolver os jovens, replicando o modelo “Crescemos Juntos” da JS.
— Saúde preventiva: ampliar campanhas como “Maio, Mês do Coração” e fortalecer redes solidárias.
– Quais são as 3 ideias-chave ou as 3 grandes “bandeiras” da sua campanha para implementar no seu município?
- Saúde de proximidade e solidária – garantir acesso e inclusão, como com ABEM e horário estendido.
- Habitação e educação para todos – pilares que sustentam coesão e futuro.
- Economia, emprego e identidade local forte – fomentar crescimento sustentável, preservando a história de Olhão.
– Qual é o seu efeito secundário mais comum em dias de campanha?
– Motivação após longas conversas com munícipes. Por um lado enriquecedor, por outro, exige recarregar energias.
– O que nunca falta na sua mala de candidato (além de flyers e paracetamol)?
– Um bloco de notas para ideias ambientais e de bem-estar — e um refresco para manter a energia.
– Qual foi o conselho mais estranho que já deu ao balcão — e que talvez também sirva para a política?
– Confie na mensagem que lhe estou a passar. Sou qualificado e estou preparado para lhe dar uma resposta fiável.
– Se tivesse de escolher um slogan inspirado na Farmácia, qual seria?
– “Prescrição de futuro para Olhão — juntos, curamos o concelho.”
– Se tivesse de fazer uma campanha porta-a-porta com um medicamento como mascote, qual seria? Porquê?
– Seria uma aspirina: simples, acessível e amiga — e que representa bem estar coletivo, alívio imediato e confiança.
– Qual é a sua fórmula para equilibrar saúde, política e vida pessoal?
– Rotina, diálogo e descanso. Uma boa “dose” de tempo com a família recarrega para servir melhor no município.




