Ébola: Presidente da Libéria decreta recolher obrigatório
20 de Agosto de 2014
A Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, decretou um recolher obrigatório a partir de hoje e colocou dois bairros sob quarentena, incluindo um na capital, Monróvia, numa tentativa de conter o surto de Ébola.
«A partir de quarta-feira, 20 de agosto, entrará em vigor um recolher obrigatório entre as 21:00 e as 06:00» (entre as 22:00 e as 07:00 em Lisboa), declarou a Presidente da Libéria, num discurso à nação proferido na noite de terça-feira.
A Libéria é o país onde a epidemia do vírus Ébola já provocou o maior número de mortes – 466 num total de 1.229 registadas –, de acordo com o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).
«Todos os centros de lazer vão ser fechados. Todos os clubes de vídeo vão encerrar às 18:00», ordenou a chefe de Estado, citada pela “Lusa”.
O ministro de Informação liberiano, Lewis Brown, revelou, esta terça-feira, que foram encontrados os 17 doentes com Ébola que fugiram de um centro de isolamento em Monróvia, quando este foi atacado por um grupo de homens armados, no bairro de West Point.
Este bairro, nos subúrbios da capital, e o de Dolo Town em Margibi (que tem Kakata como capital)ficarão sob quarentena e sob vigilância.
A Presidente da Libéria declarou, a 6 de agosto, o estado de emergência, mas reconhece que nem o aumento dos esforços nem as medidas draconianas têm conseguido travar o avanço do vírus.
«Temos sido incapazes de controlar a propagação por causa da persistente rejeição, de tradicionais práticas culturais e inobservância e desrespeito pelos alertas emitidos», afirmou.
Cabo Verde interdita entrada de pessoas provenientes dos países afetados
Cabo Verde interditou, por um período de três meses, o acesso ao país de cidadãos estrangeiros provenientes dos países da África Ocidental afetados pelo vírus do Ébola, nomeadamente Serra Leoa, Libéria, Guiné Conacri e Nigéria.
O anúncio foi feito ontem pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, após uma reunião de emergência com vários ministros do executivo, adiantando que a medida será aplicada «independentemente da rota que a pessoa utilizar».
«Todas as fronteiras cabo-verdianas permanecerão abertas. Todos os cidadãos provenientes dos países afetados têm interdição de acesso a Cabo Verde, independentemente da rota que utilizarem», reforçou José Maria Neves, indicando que, após os três meses, a situação será reavaliada, para se introduzir «medidas corretivas», em função da evolução da epidemia na sub-região.
José Maria Neves informou que o Governo também decidiu suspender a ida de delegações oficiais cabo-verdianas a todos os países afetados pelo Ébola e aconselhar os nacionais e residentes em Cabo Verde a não se deslocarem à Serra Leoa, Libéria, Nigéria e Guiné Conacri.
«Vamos reforçar a vigilância e damos as garantias a todos que estamos a fazer o nosso melhor para que possamos prevenir esta doença e fazer com que Cabo Verde fique fora da epidemia», disse o primeiro-ministro, garantindo que o país vai estabelecer «todos os contactos possíveis» para que a medida tenha efetividade.
«É uma medida provisória, de três meses, para garantir um melhor controlo da situação, tendo em conta a evolução da epidemia na região e, findo os três meses, reavaliaremos a situação», prosseguiu.
Garantindo que desde o início do primeiro caso de Ébola na Guiné Conacri que Cabo Verde tem tomados todas as medidas preventivas, o chefe do Executivo reafirmou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) do arquipélago «está preparado e a funcionar».
Cabo Verde ainda não registou qualquer caso de Ébola, mas as autoridades de Saúde do país têm num terreno um Plano de Contingência com medidas preventivas nos portos e nos aeroportos.
Também está a realizar várias formações, distribuição de desbordáveis e panfletos informativos e ainda vários programas de rádio e televisão para alertar dos riscos do Ébola.
Segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) já morreram 1229 pessoas devido ao surto que assola a Nigéria, Serra Leoa, Guiné Conacri e Libéria.
Hospital da Califórnia isola paciente suspeito para realizar testes
Um hospital de Sacramento, no estado norte-americano da Califórnia, anunciou ontem ter colocado um paciente em isolamento por apresentar sintomas semelhantes ao do Ébola.
Em comunicado, o médico Stephen Parodi, especialista em doenças infeciosas do Centro Médico Kaiser Permanente do Sul de Sacramento, explicou que os médicos do hospital estão a trabalhar com as autoridades do condado de Sacramento com vista a seguir as medidas adequadas para lidar com o caso.
O paciente foi isolado num quarto «especialmente equipado» e o pessoal de saúde que lhe prestará assistência «especialmente instruído no uso de equipamento de proteção».
Os Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, siglas em inglês) – do Departamento de Saúde dos Estados Unidos – vão analisar amostras de sangue recolhidas do paciente para determinar a presença ou a ausência do vírus, cujos resultados devem ser divulgados dentro de dias.
Vários pacientes foram ou estão a ser submetidos a análises nos Estados Unidos face à possibilidade de terem sido infetados.
Dois nigerianos colocados em isolamento no Vietname
O Ministério da Saúde do Vietname anunciou hoje ter colocado em isolamento dois cidadãos nigerianos com sintomas semelhantes aos do Ébola enquanto realizam testes.
Os dois homens chegaram ao aeroporto de Tan Son Nhat, na segunda-feira, com febre, segundo um comunicado oficial divulgado na noite de terça-feira.
Ambos foram transportados para o hospital de doenças tropicais da cidade de Ho Chi Minh e colocados em sob quarentena, embora não apresentassem outros sintomas do vírus.
Os passageiros que estavam sentados ao lado dos dois cidadãos – que viajaram para o Vietname provenientes da Nigéria via Qatar – foram aconselhados a monitorizarem as suas condições de saúde.
O Vietname introduziu controlos de temperatura obrigatórios nos seus dois maiores aeroportos em Hanói e Ho Chi Minh.




