Ponto de encontro nacional
“Ao longo da sua história, o Congresso Nacional de Estudantes de Farmácia tem sido muito mais do que um congresso, é um ponto de encontro nacional que aproxima estudantes de Ciências Farmacêuticas de todas as regiões, promovendo a partilha de conhecimento e a reflexão conjunta sobre os desafios atuais e futuros da profissão e do setor da saúde”, refere o estudante.
Nesta 10.ª edição, em particular, “quisemos reforçar a representatividade das diferentes regiões, valorizando a diversidade de perspetivas que isso proporciona”. Esse reforço, ainda de acordo com Afonso Garcia, foi concretizado através de “diversas medidas que facilitam a adesão dos estudantes, aumentando também a sua participação e o debate durante o congresso. Este aspeto torna a edição ainda mais especial, sobretudo porque um dos painéis será dedicado ao tema do ensino, permitindo-nos recolher contributos que irão integrar o Livro Branco do Ensino Farmacêutico, a apresentar em novembro deste ano”.
Profissão “num momento crucial”
No relativo ao tema desta edição, o futuro farmacêutico lembra que o setor da saúde, em Portugal e no mundo, tem vindo a sofrer grandes transformações, quer pelas novas tecnologias, quer pela evolução do perfil da população. “A profissão farmacêutica não fica alheia a estas mudanças e encontra-se atualmente num momento crucial para adquirir novas competências e expandir a sua atuação na saúde da população”, argumenta.
Posto isto, Afonso Garcia considera que “é fundamental que estas mudanças comecem a ser introduzidas ao nível dos estudantes, uma vez que serão eles a liderar e a implementar muitas destas inovações na próxima década“.
Parte ativa na construção do futuro da profissão farmacêutica
A APEF tem criado diversas oportunidades para que todos os estudantes possam, em conjunto, contribuir para a construção do futuro da profissão, em colaboração com as entidades do setor e as diferentes instituições de ensino superior.
Deste modo, “ao longo dos últimos anos, têm sido realizados vários estudos que permitem compreender as perspetivas dos estudantes”, indica o presidente da APEF, reforçando que “atualmente, encontra-se em construção o Livro Branco do Ensino Farmacêutico, que pretende apresentar uma posição clara sobre as melhorias pedagógicas e as atualizações na visão do ensino que os estudantes desejam ver implementadas”.
Neste congresso “teremos mais uma oportunidade de recolher opiniões e perspetivas através do Painel sobre o Ensino Farmacêutico, essencial para a finalização do projeto político deste ano”, acrescenta.
Os temas
Os temas das sessões “não foram escolhidos ao acaso”. A inteligência artificial, “ainda que possa parecer um tópico banal pelo quanto se fala dela, é hoje uma competência essencial que nenhum profissional pode ignorar”.
Mas, para Afonso Garcia, falar de inovação não faria sentido “se não a enquadrássemos em pilares fundamentais para o futuro coletivo: a justiça social, a sustentabilidade ambiental e a forma como respondemos a crises humanitárias. A mensagem que queremos transmitir é que só compreendendo e integrando estas dimensões podemos preparar-nos verdadeiramente para os desafios que o presente e o futuro nos colocam”.
O impacto do CAD
O Concurso de Aconselhamento Farmacêutico (CAD) representa uma oportunidade de aplicar conhecimentos teóricos em situações práticas, aproximando os estudantes da realidade profissional. Ao simular casos reais de atendimento em Farmácia Comunitária, esta iniciativa contribui para “o desenvolvimento de competências essenciais, como a comunicação, a empatia, a capacidade de resolução de problemas e a tomada de decisão responsável”.
Além disso, “as formações especializadas que integram o concurso reforçam a preparação técnica dos participantes, assegurando elevados padrões de qualidade na prática farmacêutica“, refere o estudante, acrescentando que “o apoio da ANF e do CIM reforça ainda mais a relevância desta atividade, que culmina no Congresso Nacional de Estudantes, sublinhando o papel do farmacêutico comunitário como agente de saúde pública e a importância da sua intervenção direta junto da comunidade”.
‘Farmacêutico em 2050’
Na mesa redonda ‘Farmacêutico em 2050’ “esperamos ouvir ideias que desafiem a forma como hoje entendemos a profissão, desde o impacto da inteligência artificial e da digitalização, até à personalização da terapêutica, à integração do farmacêutico em equipas multidisciplinares e ao seu papel reforçado na promoção da saúde pública”, explica Afonso Garcia
O presidente da APEF acredita que “certamente também se falará de novas responsabilidades éticas e sociais, face a desafios globais como a sustentabilidade e as desigualdades em saúde”.
Quanto à APEF, “vejo-a como um catalisador essencial nesta preparação: criando espaços de debate, proporcionando experiências formativas inovadoras, mas também mantendo um contacto próximo com as instituições de ensino superior, promovendo a atualização constante dos currículos e métodos pedagógicos, assegurando assim que o ensino acompanha as necessidades da profissão”. Desta forma, “garantimos que os estudantes de hoje desenvolvem a visão crítica e as competências necessárias para serem os líderes da farmácia em 2050”, conclui.
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