Dispensa de Medicamento para a Gota: Situação começa a voltar à normalidade 1078

A Jaba recordati, que distribui o Colchicine em Portugal, um medicamento para a gota, assumiu que existem constrangimentos no seu fornecimento, porque a fábrica onde o fármaco era produzido parou no início do ano. A situação começa a voltar ao normal, mas muitas farmácias tiveram problemas na dispensa de embalagens para vender nos últimos meses.

 

O que diz o laboratório

Contactado pela Antena 1, a Jaba Recordati, que tem a licença de distribuição do medicamento Colchicine em Portugal, aponta que os constrangimentos surgiram porque a fábrica que produzia o fármaco na Roménia decidiu parar no início deste ano.

O diretor geral, Nelson Pires, assegura que a partir de hoje a situação começa a voltar ao normal, revelando que tudo fez para resolver o problema o mais depressa possível.

“Não temos stock para num mês vendermos quatro ou cinco meses”, referiu pelo que vai ser preciso “algum equilíbrio nas notas de encomendas que vêm dos armazenistas e das farmácias para que o produto chegue a todos”.

Nelson Pires revelou que, depois de encontrar uma alternativa em Itália, houve problemas nesse processo, virando-se então para um fabricante em França que fez chegar o fármaco a Portugal na semana passada.  “Está a ser inserido o folheto em português e vão começar a chegar aos doentes”, sendo que “até à entrada do novo lote do novo fabricante está assegurado o abastecimento normal para todos os doentes”.

Apesar dos constrangimentos assumidos pelas farmácias que o laboratório estima terem afetado cerca de dez mil pessoas por mês, desde março, o diretor geral explica que não se verificou uma rutura, e que o laboratório, as farmácias e o Infarmed conseguiram gerir o stock disponível.

 

O que dizem as farmácias

A Associação Nacional das Farmácias (ANF) confirmou à Antena 1 os constrangimentos relacionados com o Colchicine. Neste sentido, algumas farmácias, como refere a associação, não têm neste momento qualquer embalagem para vender. A situação agravou-se sobretudo no último mês, mas há estabelecimentos que não vendem o medicamento desde abril.

 

O que diz o Infarmed

Numa nota enviada à Antena 1, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) esclarece que foi notificado pelo laboratório da “rutura de abastecimento até março de 2026, por constrangimentos no fabrico”.

“A notificação foi efetuada em fevereiro de 2025, e desde então, o Infarmed tem articulado com a empresa e com os parceiros europeus para garantir a disponibilidade deste medicamento”, escreve o regulador

Depois de aprovada em abril uma primeira autorização, que vinha de Itália mas que teve problemas logísticos, o Infarmed deu uma segunda autorização para a “utilização excecional de uma apresentação rotulada em francês, com distribuição prevista a partir desta semana”.

As novas embalagens, com 30 comprimidos em vez dos 20 que eram habituais, devem chegar às farmácias a partir desta segunda-feira ou terça-feira.