Cinquenta entidades assinaram ontem, na Academia das Ciências de Lisboa, a Declaração pela Saúde. O documento estabelece um consenso alargado quanto aos princípios que permitem, por exemplo, a transformação da jornada de saúde da pessoa – ajustada às suas necessidades e preferências -, melhorar os resultados em saúde, promover a transmissão do conhecimento, reforçar a acessibilidade e capilaridade dos cuidados de saúde, incentivar a inovação e sustentabilidade, fomentar parcerias locais e fortalecer a coesão territorial e sociodemográfica.
Na sessão que encerrou as comemorações dos 50 anos da Associação Nacional das Farmácias (ANF), a secretária de Estado da Saúde destacou que a ‘Declaração pela Saúde’ mostra “o compromisso de muitos intervenientes (50) na área da Saúde, nomeadamente no contributo que podem dar com ideias que promovam um sistema de Saúde mais robusto e resiliente”.
As farmácias, afirmou, “desempenham um papel crucial no sistema nacional de Saúde”. De acordo com Ana Povo, “constituem uma extensão natural da rede dos cuidados de saúde primários, aliviando a pressão sobre os serviços de urgência e garantindo um acesso rápido e seguro a medicamentos e aconselhamento farmacêutico”.
Apontando o “papel preponderante” da rede na estratégia de saúde pública, a responsável recordou que esta colaboração tem vindo a reforçar-se, “nomeadamente no domínio da vacinação”. Acrescentou ainda que se está a trabalhar, como anunciado pela ministra da Saúde, para “robustecer o regime de proximidade, passando muitos dos medicamentos hoje de uso exclusivo hospitalar, para as farmácias comunitárias”. Na sua perspetiva, este é “um passo decisivo para a conveniência dos doentes e para o reforço da humanização dos cuidados de saúde”.
“Hoje comemoramos não apenas 50 anos de história, mas também a força e a vitalidade da rede de farmácias, o profissionalismo dos farmacêuticos comunitários e o impacto positivo das farmácias na vida dos portugueses”, afirmou o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, uma das 50 entidades signatárias da ‘Declaração pela Saúde’.
“A história das farmácias é também a história de um país que confia, que cuida e que inova”, acrescentou Helder Mota Filipe, expressando o desejo de que “os próximos 50 anos sejam uma continuação desta história de compromisso com a profissão e com a saúde dos portugueses, fazendo das farmácias espaços cada vez mais integrados, inovadores e essenciais à saúde e ao bem-estar da população”.
Num tempo de grandes transformações – marcado pelo envelhecimento demográfico, o aumento das doenças crónicas, o impacto das alterações climáticas na saúde pública e a aceleração tecnológica – que estão “a redesenhar o futuro da saúde”, a presidente da ANF sublinhou a necessidade de “cuidados de saúde fortes e colaborativos”.
A ‘Declaração pela Saúde’ é, segundo Ema Paulino, “o símbolo de um compromisso coletivo com o futuro da Saúde em Portugal». Representa «a consciência partilhada de que só unidos – público, privado e social – podemos garantir um sistema robusto, inclusivo e sustentável”. A ANF foi a promotora desta iniciativa.




