O segundo congresso da Sociedade Científico-Profissional de Farmácia Ibero-Americana Comunitária (SOCFIC) reuniu farmacêuticos de 22 países ibero-americanos. Os trabalhos decorreram em Lisboa, entre 6 e 8 de novembro, nos auditórios da Ordem dos Farmacêuticos e da Associação Nacional das Farmácias. O formato híbrido permitiu que muitos profissionais, sobretudo dos países mais distantes, acompanhassem os trabalhos online.
Ao NETFARMA, Jesús Gómez, presidente da SOCFIC, destacou a importância da ‘Declaração de Lisboa’, divulgada no primeiro dia do congresso, na qual representantes dos doentes expressam a sua visão sobre o papel da Farmácia, os cuidados farmacêuticos e a gestão da medicação.
Declaração SOCFIC de Lisboa: Um marco para a Farmácia Comunitária Ibero-Americana
As conclusões incluem também “as suas obrigações, deveres e direitos”. Para Jesús Gómez, o documento “pode servir como guia de atuação para os farmacêuticos e para a administração pública, em termos legislativos”.
A Declaração, subscrita por várias associações de doentes de Portugal e de Espanha, ”vai ser apresentada à Organização Ibero-Americana de Segurança Social e divulgada junto de todas as entidades e associações de doentes ibero-americanas para que possam aderir à iniciativa”.
Na perspetiva de Carlos Maurício Barbosa, presidente do congresso e vice-presidente da SOCFIC, os governantes dos 22 países “não vão poder ficar indiferentes” à Declaração de Lisboa, que “constitui um marco de grande alcance”.
O responsável sublinhou ainda que o congresso foi “um momento de motivação e energia positiva. Desde logo, pela presença de muitos países e pelos diferentes conteúdos técnico-científicos escolhidos. Tivemos a preocupação de abordar temas da maior atualidade e de perspetivar o futuro da Farmácia e o papel do farmacêutico”.
O desenvolvimento de novos serviços farmacêuticos “é claramente o caminho”, afirmou. “Todos concordamos que a Farmácia Comunitária deve ser cada vez mais assistencial e clínica” e que será necessário ter equipas de farmacêuticos em todas as farmácias do espaço ibero-americano. “Lamentavelmente, isso ainda não acontece em alguns países mas há, claramente, vontade de alterar a situação”. Tanto os países mais avançados, como Portugal e Espanha – com uma carteira de serviços já desenvolvida – como os restantes, “querem avançar nesse sentido”.
Portugal “é um verdadeiro exemplo para os diferentes países”. Nesse sentido, o congresso foi também uma oportunidade para “mostrar a nossa Farmácia Comunitária, de que nos podemos orgulhar. Mas estamos sempre insatisfeitos: diferentes estudos mostram que os doentes querem mais”.
A nível europeu, Portugal é um dos países com maior número de farmacêuticos na Farmácia Comunitária e, no espaço ibero-americano, ocupa o primeiro lugar. “As farmácias comunitárias portuguesas têm condições para dar mais respostas em saúde”.
Países de grande dimensão, como o Brasil e a Argentina, também estão a seguir esse caminho. Nomeadamente, a delegação da Argentina apresentou, em Lisboa, as guidelines para a prestação de serviços em várias áreas e, atualmente, “está em discussão no Parlamento argentino uma lei sobre serviços farmacêuticos nas farmácias comunitárias”.
Leia a reportagem completa do segundo Congresso SOCFIC na edição de dezembro da revista Farmácia Distribuição. O Portal NETFARMA e a revista Farmácia Distribuição são media partners deste evento.




