
A BIAL lançou ontem em Portugal e em Espanha o KYNMOBI® (cloridrato de apomorfina), a primeira e única película sublingual, para o tratamento on-demand dos episódios OFF em doentes adultos com doença de Parkinson que não estão suficientemente controlados com a medicação antiparkinsónica oral.
Na sequência de um acordo com a empresa Sumitomo Pharma America, Inc. (SMPA), a BIAL adquiriu os direitos exclusivos de licença comercial da película sublingual de cloridrato de apomorfina na União Europeia, no Espaço Económico Europeu e no Reino Unido.
A comercialização de KYNMOBI® seguiu, como explica a Bial em comunicado, “um processo de aprovação descentralizado na Europa, que teve Portugal como Estado-Membro de Referência. Para além de Portugal e Espanha, o KYNMOBI® está comercializado na Alemanha desde maio de 2024, perspetivando-se o seu lançamento em Itália também no corrente ano”.
“Na BIAL temos um compromisso contínuo com a comunidade de Parkinson. Atualmente, o nosso segundo medicamento de investigação própria, o Ongentys® (opicapone), chega a mais de 100.000 doentes nas mais diversas partes do mundo, desde os EUA, ao Japão ou à Austrália. Agora, com o lançamento do KYNMOBI® reforçamos esse compromisso e damos mais um passo importante na nossa estratégia de desenvolvimento e de expansão na Europa, onde ambicionamos ser a empresa de referência na área da doença de Parkinson”, explica, no comunicado citado, António Portela, CEO da BIAL.
Mais autonomia e independência
Em Portugal estima-se que a doença de Parkinson possa afetar cerca de 20 mil pessoas e em Espanha 160.000, e todas elas vão experienciar, em algum momento, episódios OFF. Estes episódios ocorrem quando a medicação se torna insuficiente ao longo do dia, levando ao reaparecimento de sintomas, que podem ser motores (como rigidez, tremor e dificuldade de locomoção) ou não-motores, impactando as atividades diárias e afetando a sua autonomia, bem como o seu bem-estar.
“Apesar dos contínuos avanços no tratamento da doença de Parkinson, ainda não é possível garantir que os doentes com flutuações motoras não apresentem momentos de bloqueio (OFF). Desta forma, a disponibilização de um medicamento de fácil administração, que permita melhorar os doentes rapidamente (ON), é de fundamental importância”, refere, no mesmo comunicado, Joaquim Ferreira, professor de Neurologia e Farmacologia Clínica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, acrescentando que “aguardamos assim com grande expectativa a chegada deste novo medicamento, que oferecerá aos doentes mais autonomia e independência na gestão da sua doença”.
Os tratamentos on-demand (que o doente pode utilizar de forma intermitente, de acordo com a sua necessidade), como complemento da medicação antiparkinsónica habitual, são essenciais. Este tipo de terapêuticas on-demand promovem o alívio rápido destes sintomas, podendo contribuir para melhorar a qualidade de vida dos doentes.