45.000 novos casos de cancro da cabeça e pescoço associados ao HPV 728

A propósito da Semana Mundial da Imunização, que decorre de 24 a 30 de abril, o Grupo de Estudos de Cancro da Cabeça e Pescoço (GECCP) alerta para os custos associados à falta de aposta na prevenção do vírus do papiloma humano (HPV), em Portugal.

“Atualmente, o HPV é responsável por diversos cancros, nomeadamente por 18,5% a 90% dos cancros da orofaringe e estima-se ainda que, todos os anos, 45.000 novos casos de cancro da cabeça e pescoço, a nível mundial, estejam associados ao HPV.2”, refere Ana Joaquim, presidente do GECCP, em comunicado, acrescentando que “estas doenças podem ser evitadas através da prevenção do HPV, representando também um alívio financeiro significativo para o Serviço Nacional de Saúde, uma vez que estes doentes acabam por ter de recorrer a consultas, exames, cirurgias, radioterapia e quimioterapia com alguma frequência”.

Este é um vírus que se transmite durante o contacto sexual – genital ou oral- e pode levar ao desenvolvimento de doenças, como verrugas genitais e até mesmo cancros.1 85 a 90% das pessoas sexualmente ativas já tiveram contacto com o HPV, por isso, todos os homens e mulheres sexualmente ativos não vacinados estão em risco.

A vacina contra o HPV faz parte do Programa Nacional de Vacinação (PNV) desde 2008 e está disponível de forma gratuita para raparigas e para rapazes, a partir dos 10 anos, num esquema de duas doses semestrais. Segundo dados de 2023 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Portugal, a cobertura vacinal contra o HPV até aos 15 anos atingiu os 91%.

No entanto, continuam a existir muitas pessoas em Portugal sem acesso à vacina, por isso o GECCP reforça que a vacinação deve ser alargada a todos os jovens, rapazes e raparigas, mas também às franjas da população mais vulneráveis.